terça-feira, 16 de junho de 2015

A complexidade de Lisboa, cidade outrora tão cobiçada

Ontem a ouvir um programa de televisão da RTP1 (“Prós & Contras”), acerca do turismo na grande cidade de Lisboa, uma senhora de venda ambulante dizia, numa linguagem codificada própria de varina, que estamos a “vender a alma ao diabo”, em relação à proliferação desgovernada e descaracterizada da restauração ambulante que emerge por tudo o que é sitio.

Como sempre somos de “modas”, o que está a dar é a “comida de rua”, toca a fazer fóruns, feiras, showrooms, franchisings de tudo e mais alguma coisa, sem estar provado, nem testado, vamos para a rua fazer comida gourmet…


Lisboa é uma cidade histórica, se calhar das únicas capitais da Europa que escaparam ao holocausto das grandes guerras. Única, desorganizada, com vida e personalidade de um velho acabado, mas com sabedoria infinita. É urgente ouvir a cidade, ouvir os seus murmúrios e também as vozes mágicas dos poetas que falaram. 


Agora é o momento, era o que a senhora de venda ambulante gostaria de dizer. A cidade vai receber muitos turistas porque está na moda, mas a moda é temporal…e depois o que fica? Como fica o Lisboeta, o principal actor da cidade, aquele que dá vida a todo o teatro, onde estão as heranças culturais, aquelas que deveriam ser REINVENTADAS? E, não INVENTADAS?

O que a senhora de venda ambulante defendia é que durante as épocas baixas quem compra não é o turista, é o habitante local, que está ou envelhecido ou a deslocar-se para fora da cidade.

O turista, pelo menos falo por mim, quer conhecer o povo e os seus costumes (como diz o ditado: “Em Roma sê romano”). Não quer sentar-se a um restaurante e comer o menu Lisboeta: hamburger com chouriço e cebola…mas quer comer uma bifana, tremoços, chouriço assado alentejano…de preferência num largo com chafariz e água a correr. 


Reinventar, é mais difícil (tem de se estudar mais o passado e aplicar novas técnicas, ser humilde, ter orgulho nas raízes…). Os alfacinhas, tinham por hábito a venda de frescos e vinho (frutas, legumes, peixe do dia, tudo apanhado na hora e num raio de 20km da cidade, seja a origem mar ou pequenas hortas-cada uma com a sua especialidade). Porque o Lisboeta gostava de cozinhar e petiscar a toda a hora.

Vejo muitas grandes cidades americanas a inventar, mas isso é porque são de um país novo e grande em que tudo se inventa, mas no fundo são sempre cópias do que já se faz na Europa…a sustentabilidade é de facto a grande moda, mas será que é uma moda ou uma modalidade que se praticará daqui em diante?

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Almofadinhas de lombarda com alheira

Inspirei-me no tradicional prato de salsichas frescas enroladas em couve lombarda mas, experimentei uma versão mais elegante.

Ingredientes:

1 couve lombarda
2 alheiras
1/2 cebola
1 tomate
2 dentes de alho
1 folha de louro fresca
1 chávena de chá de vinho branco
sal e pimenta
azeite


Indicações:

Separe as folhas da couve lombarda, corte o veio mais grosso e escalde-as até ficarem em condições de serem enroladas e dobradas sem se partirem. O coração da couve, corte em tiras muito finas e saltear com azeite, sal e pimenta; Retire a tripa e desfaça as alheiras e pique-as, junte ao salteado do coração da couve e deixe em lume brando por uns 15 minutos ou até a mistura estar numa pasta; Reserve esta mistura e, na mesma frigideira e sem a lavar acrescente a cebola picada, o alho, o louro fresco, sal e pimenta, até refogar bem. Acrescentar o tomate picado e sem pele e depois o vinho e deixar evaporar o álcool. Com as folhas, coloque uma colher de sopa da mistura em cada folha e enrole (tipo crepe chinês), coloque na frigideira onde está o refogado e baixe o lume para o mínimo durante 20 a 30 minutos. 


Pode acompanhar com arroz branco, ou com um bom vinho tinto Douro ou outro de castas portuguesas, ou os dois...

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Filetes de raia albardados

Das coisas que mais gosto é arranjar peixe. Selecciono a raia como um dos melhores peixes do nosso mar. É versátil, dá para fazer de inúmeras formas e as crianças adoram porque tem poucas espinhas...


Ingredientes:

Filetes de raia sem pele e sem cartilagem
sumo de limão 
sal e pimenta a gosto
1 ovo
farinha trigo
farinha integral
óleo para fritura


Indicações:

Depois de obter os filetes, marine o peixe com o sumo do limão, o sal e a pimenta, reserve durante 20 minutos no frio; Bata um ovo (costumo deitar uma gota de leite para melhor consistência); Coloque num recipiente a farinha de trigo, noutro a farinha integral e noutro o ovo batido. Passe os filetes nesta ordem: 1.farinha trigo, 2. ovo batido, 3. farinha integral. Quando obtiver os filetes todos albardados, coloque uma frigideira com uma camada de óleo (não precisa ser muito). Frite os filetes até ganharem a cor dourada e absorva o excesso em papel de cozinha. Sirva de imediato.

´

Aproveitando as cartilagens dos filetes, fiz uma caldeirada, a qual coei tudo e fiz o arroz para acompanhamento. Hummmm! 

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Bolonhesa de Tofu (Soja)

Quem disse que a comida vegetariana não sabe bem? Preconceitos. Como estamos a reduzir o consumo de carnes cá em casa, estamos sempre a arranjar soluções criativas e saudáveis.

Bem sei que o tofu acaba por ser um pouco sem sabor mas, existem truques que ajudam a colmatar essa situação, eu optei por temperar com especiarias acabadas de moer no pilão e digo-vos que se conseguem bons resultados...

Ingredientes:

250grs de Tofu fresco e duro cortado aos cubinhos
1 cebola pequena
2 tomates grandes
alho
Especiarias para moer: Sementes de cominhos, grãos de pimenta, sementes de funcho, flor de sal
oregãos
Azeite e manteiga


Indicações:

Fazer um refogado com a cebola e o alho e sal até alourar, acrescentar o tomate aos cubos e um pouco de ketchup se necessário para regular a acidez a gosto (acresentar água conforme a textura desejada); Quando estiver engrossado e o tomate a desfazer, colocar no liquidificador; Moer as especiarias até obter um pó e misturar com o Tofu cortado aos cubos; Na mesma frigideira coloque uma nóz de manteiga e azeite e saltear o Tofu até ficar dourado; Acrescentar o molho e deixar em lume brando por mais 15 a 20 minutos.


Acompanhar com massa esparguete ou outra que deseje.Empratar com um fio de azeite, queijo ralado seco ou oregãos ou tudo como desejar.

Se preferir para lasanha, não cozinhar em lume brando a mistura e terminar no forno.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Pernil com couve podre

Os alemães têm cada ideia...Mas esta é mesmo boa a acompanhar com uma boa mostarda forte e grande quantidade de cerveja...


Comprei a couve já feita, não se encontra facilmente à venda mas, há ai uma ou duas cadeias de supermercados alemães que de vez em quando vendem. Básicamente é uma couve lombarda cozida e depois conservada num liquido de vinho branco, especiarias, sal e açucar, até ficar "podre".

Para o pernil:

1 pernil
sal e pimenta
louro
água

Indicações:
Cozer o pernil com todos os ingredientes durante 40 minutos. Levar ao forno durante 1 hora ou até a pele ficar crispy.

Aconselho arranjar um dia em que depois de comer possa não fazer nada...